segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Socialismo de sarjeta(II)

Isto não vai acabar nada bem...


Chávez desvaloriza moeda em 50% e ameaça ocupar empresas que subam preços


O presidente da Venezuela decidiu implementar uma medida que o país adoptou nos anos 80 e que gerou uma corrida às lojas e uma forte alta da inflação. A moeda do país foi desvalorizada em 50% e Hugo Chávez ameaça as empresas que subam os preços com a intervenção do exército.


O presidente da Venezuela decidiu implementar uma medida que o país adoptou nos anos 80 e que gerou uma corrida às lojas e uma forte alta da inflação. A moeda do país foi desvalorizada em 50% e Hugo Chávez ameaça as empresas que subam os preços com a intervenção do exército.

Chávez decidiu desvalorizar o bolívar em 50% de modo a impulsionar a economia, controlar o défice e a estancar a saída de dólares do país. A taxa de câmbio da moeda venezuelana estava fixada em 2,15 bolívares por dólar, sendo que o presidente venezuelano decidiu fixar duas taxas de câmbio.

Para os bens essenciais importados, como alimentos e medicamentos, foi fixada uma taxa de câmbio de 2,6 bolívares por dólar. Para os bens não essenciais a taxa de câmbio é de 4,3 bolivares por dólar, o que representa uma desvalorização de 50% face ao câmbio anterior.

Chávez inspirou-se numa medida já adoptada nos anos 80 pelo país da América Latina, mas agora anunciou medidas para evitar o que aconteceu na altura, uma forte subida nos preços dos bens importados.

O presidente da Venezuela diz que as empresas não têm razões para subir os preços devido a esta medida e quem achar o contrário sofrerá as consequências. Chávez ameaça as empresas que subirem os preços com a ocupação por parte do exército. Se não acatarem as empresas serão nacionalizadas ou entregues aos trabalhadores.

Nos anos 80 esta medida gerou hiper-inflação, falta de produtos nas lojas e um forte aumento da corrupção. Para já a medida provocou uma corrida às lojas por parte dos venezuelanos, para comprarem produtos importados como televisões e electrodomésticos.

Depois do sector privado ter ameaçado com a duplicação dos preços, Chávez decidiu criar um comité “anti-especulação”, afirmando que o Governo será a única entidade com o poder de deliberar subidas nos preços.

“Os burgueses já estão a falar em como os preços irão duplicar e que irão fechar os seus negócios”, disse Chávez na sua comunicação ao país “Alô Presidente”. “Povo, não se deixem roubar, denunciem-nos e serei capaz de nacionalizar esse negócio”, adiantou, acrescentando que já ordenou ao exército que formule “um plano de ofensiva” que passará pela tomada “de qualquer empresa, de qualquer tamanho, que jogue o jogo burguês da especulação”.

O presidente da Venezuela argumenta que a desvalorização do bolívar vai aumentar a competitividade dos produtos venezuelanos no exterior e reduzir a dependência das importações. A inflação, que já se situa nos 25%, deve disparar, alertam os economistas.

Contudo, outros economistas acreditam que a medida não terá grande impacto, já que grande parte das importações são já efectuadas à taxa de câmbio praticada no mercado negro, onde cada dólar vale 6,15 bolívares.

No mercado de capitais as empresas exportas à Venezuela estão a ser penalizadas. A espanhola Telefónica desce mais de 2% para 18,62 euros. 



Fonte: Jornal de Negócios

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