sexta-feira, 24 de setembro de 2010

13.740 ideias para Teixeira dos Santos

13.740 organismos dependem de verbas transferidas do Estado. O Ministro das Finanças admitiu ontem já estar sem ideias sobre onde cortar na despesa pública. Sr. Ministro, tem aqui 13.740 ideias para cortar na despesa pública.Acabe com alguns destes organismos. Até se pode dar ao luxo de escolher só umas centenas, que isso já era bem bom.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ilusões

Manuel Alegre acredita que Portugal não vai ter que recorrer ao FMI. Ah bom...se o Manuel Alegre acredita, podemos estar descansados da vida, é porque assim será. Manuel Alegre também acredita que vai ser Presidente da República... 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Crash de 2010 começa a parecer tudo menos uma miragem


Americans Enjoying Final Days of Artificial Economy

In recent days, Japan has intervened in the foreign currency market to artificially drive down the value of the yen. Japan's actions to weaken the yen have driven it from 83 to 85.73 against the U.S. dollar. Most analysts in the mainstream media are portraying this as Japan's attempt to "head off a deflation spiral". Almost everybody is applauding Japan's move, saying it was needed in order to "shore up its export-driven economy".

The truth is, although Japan claims to be helping Japanese citizens with this move, Japanese citizens are the ones who will actually suffer. Despite Japan's economy entering into recession last year, the Japanese were able to maintain their same standard of living because prices were falling due to their strong currency. Some of the largest Japanese exporters like Toyota and Sony saw their revenues decline last year by 20.8% and 12.9% respectively, but this was only bad for shareholders of these companies. Despite rapidly declining revenues for Japanese exporters, Japan's unemployment rate only reached a peak of 5.6% last year and is now down to 5.2%.

The Japanese should be happy and grateful for how strong their economy is compared to the U.S. economy. When it comes to exporters in Japan, their problem is not the strong yen, but the weak U.S. dollar. If Japanese exporters allow the U.S. dollar to collapse, their revenues will continue to decline substantially, but that is a healthy part of a free market economy. Within a year or two, a strengthening yen would allow the Japanese to spend more on their own goods, and revenues for Toyota and Sony would come back strong.
Japan's efforts to postpone a few Japanese corporations going through a brief but tough readjustment period are helping to artificially prop up the standard of living for Americans one last time. NIA believes that the Japanese better be careful what they wish for. Never before in world history has nearly every developed country been in battle with each other to have the weakest currency. Asian producing countries want their currencies to be the weakest so that they can have the honor of shipping their products to Americans who can't afford them.

Currencies are very fragile, especially when they are fiat and backed by nothing. NIA believes that nearly all countries around the world with fiat currencies are currently making the grave mistake of doing everything in their power to debase them. Even a five year old child, if you asked them if they want the money in their piggy bank to be worth more or less, would have the common sense to say more. The world's politicians either don't have this same common sense or they are being paid off by the management of export giants.

Although China recently made the wise decision to allow the yuan to strengthen, they haven't allowed the yuan to strengthen fast enough. China is now facing a price inflation crisis that will soon spread to the U.S. Consumer prices in China rose by 3.5% in August compared to one year ago, the largest increase in nearly two years. On a month-over-month basis (including seasonal adjustments), consumer prices in China rose by 4.8% in August over July.

Workers at a Honda plant in China recently went on strike over wages and work conditions. The Chinese have had enough of slaving in factories for $30 per week while Americans sit home on their couches, collect $400 per week in unemployment benefits, and consume the goods that the Chinese make. Chinese manufacturers are now being forced to increase the wages they pay to workers and these costs will be passed on to American importers of Chinese goods like Wal-Mart.

Wal-Mart recently eliminated their "rollbacks" on grocery items in the U.S. Grocery prices at Wal-Mart rose by a shocking 5.8% in July from June. In fact, some items in Wal-Mart like a 36-ounce bottle of Windex and a 12-ounce box of Quaker Oats rose in price by 51% and 66% respectively in July over June. Considering that in 29 states, Wal-Mart controls more than half the grocery market, almost all Americans are beginning to feel the effects of massive price inflation.

With 70% of the goods sold in Wal-Mart made in China, NIA believes that Wal-Mart's massive price increases for grocery items will soon spread to all other items sold. It is crystal clear for us to see what is ahead for U.S. prices of consumer goods, yet the mainstream media continues to talk about deflation. Cotton prices have surged 28% during the past two months to their highest level in 15 years. That alone guarantees higher clothing prices, but combined with the wage situation in China, Americans could see an unprecedented surge in clothing prices in the months to come.


A massive outbreak of price inflation is already taking place all around us, as Americans enjoy their final days of our artificial economy that is being propped up by China and Japan. Some people say China and Japan continue to buy and hold U.S. treasuries because of our overpowering military presence, but when they start dumping our treasuries and the bond bubble bursts, the U.S. military regime will come to an end. A U.S. societal collapse is coming and NIA will expose the truth in its over one hour long documentary coming in late-October. This documentary will be talked about around the world for years to come. If you would like your friends and family members to be the first to see NIA's new upcoming documentary, please tell them to become a member of NIA for free at http://inflation.us

domingo, 12 de setembro de 2010

Capitalismo 4.0


por Martim Avillez Figueiredo no Expresso

Sócrates e Passos Coelho estão a perder tempo nesta guerra entre mais Estado e menos Estado. O modelo novo, diz Kaletsky, é menos Estado e mais Estado ao mesmo tempo.



Anatole Kaletsky acaba de publicar um livro que parece feito de encomenda para os desafios portugueses. Kaletsky deve ter apenas uma vaga ideia do que pensam Sócrates e Passos Coelho - mas é como se escrevesse para eles. Na verdade, é como se dirigisse o livro ao país. Um grito de aviso: não alinhem na conversa simplificadora dos vossos líderes.
A ideia central do livro ("Capitalism 4.0", Julho 2010) explica que o futuro exige que se adote um paradoxo político - a construção de um modelo de Estado simultaneamente maior e menor do que aquele que comandou os destinos da política ocidental até aqui. Mais Estado e menos Estado. Assim mesmo. O ponto é simples: enquanto o Estado tem de intervir mais nas finanças públicas, dinâmica fiscal e macroeconomia, precisa de suavizar o seu papel na saúde, educação, reformas e apoios sociais. Parece aquela velha e fácil teoria liberal, mas não é. Olhe-se à luz do país.
José Sócrates, cansado da sua não maioria, concentrou energias na defesa do Estado social. Está certo. Numa crise desta dimensão, a ideia de que o Estado tem responsabilidades sobre os destinos e pode e deve atuar sobre a sorte de cada um parece inteiramente justificada. Pedro Passos Coelho, animado pelas sondagens, aposta tudo a sublinhar que mais gastos sociais vão fazer disparar impostos. Faz sentido. A crise deixou claro que os cofres públicos se alimentam de mais impostos ou mais dívida - pelo que é preciso cortar. Os dois lúcidos? Os dois ultrapassados, diria Kaletsky.
Primeiro: concentrar tudo nas virtudes da política social é como jogar cartas apostando todas as fichas em cada mão. Mais cedo ou mais tarde rebenta. Hoje, quase 5 milhões de portugueses dependem do Estado (funcionários públicos, pensionistas, etc.) e só a fatura social suga metade da receita total dos impostos. Metade. Mais cedo ou mais tarde rebenta.
Segundo: apostar no contrário - na ideia de que é preciso retirar do Estado em força - é equivalente a convidar pessoas para uma festa de metralhadora em punho: vai fugir tudo. A Europa habituou-se a um nível de bem-estar impermeável aos políticos - os eleitores sabem que venha quem vier, não lhes tira o que conquistaram.
Terceiro: perante este beco, Kaletsky recorda como este novo capitalismo vai exigir que o Estado encontre políticas fiscais agressivas, por um lado, dinâmicas macroeconómicas diferentes, por outro, e ainda modelos privados que substituam despesa pública. Mais Estado, menos Estado.
Sócrates e Passos Coelho, porém, falam no passado: um acomoda-se no discurso da esquerda social, o outro alavanca-se na lenga-lenga liberal. Não é esse o caminho. Kaletsky lembra: outro sistema fiscal é decisivo. O modelo progressivo (o europeu) é incompatível com o discurso em voga contra os ricos: sem mais ricos, a receita fiscal reduziria todos os dias. Portugal, como o novo capitalismo, precisa de política sem excesso de ideologia, desenhada para oferecer resultados, não índices programáticos. A política portuguesa precisa de fazer um upgrade. O software é o mesmo: capitalismo. Falta mudar da versão 3.0 para a 4.0. Sócrates ou Passos Coelho: quem faz upload primeiro?
Texto publicado na edição do Expresso de 4 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Na mouche!

Professores, os escravos do ministério por Henrique Raposo.



I. José Sócrates, o propagandista-que-por-acaso-é-o-nosso-primeiro-ministro, lançou por aí uns foguetes pedagógicos depois de ver um relatório da OCDE sobre a educação. Consta que a educação em Portugal melhorou. Pois claro, com um ministério da educação a fabricar falsas estatísticas através do facilitismo, eu aposto que Portugal ainda vai passar a Suécia. As nossas crianças não sabem escrever ou fazer uma simples conta, mas, força Sócrates, tu consegues .
II. Mas, enquanto a Ministra Alçada apanhava as canas do eng., outras pessoas fizeram outras contas. Por exemplo,Paulo Guinote viu aqui uma coisa: os professores portugueses trabalham mais 100 horas do que a média europeia. Não são 10. São 100. Eu não percebi se estas horas são apenas horas passadas nas salas de aula ou se já incluem ashoras infindáveis que um professor gasta a preencher papéis e fichas para o ministério.
III. Em todo o caso, interessa fixar isto: se o excesso de trabalho fosse em prol dos alunos, o problema não seria grave. Mas, na verdade, o excesso de trabalho dos professores representa trabalho escravo, representa a subalternização do professor em relação aos pedagogos do ministério da educaçãoComo já escrevi 1234 vezes, o nosso maior problema é este centralismo do Ministério da Educação. E esse centralismo autoritário (e herdeiro de Salazar) é visível na forma como Lisboa controla as escolas no Fundão, Faro ou Bragança. Um absurdo intolerável. Mas este absurdo intolerável não se vê apenas nesta parte burocrática e administrativa. Também se vê na parte pedagógica. Os desgraçados dos professores têm de preencher fichas e fichinhas intermináveis. Para quê? Para que os pedagogos centralistas controlem tudo. Para que a senhora ministra tenha dados bonitinhos para apresentar à OCDE. Resultado? Sempre que se fala com um professora, a desilusão é sempre a mesma: "eu não sou uma professora, sou uma burocrata do ministério".
IV. Um partido que pretenda, de facto, resolver este assunto tem de atacar os pedagogos do ministério e não os professores que estão nas escolas. Temos de tirar poder ao ministério. Temos de dar esse poder às escolas e aos professores. É preciso retirar poder a estes pedagogos pós-moderninhos que têm mestrados e doutoramentos naquela pseudo-ciência (ciências da educação? É assim que se diz?) e que têm, acima de tudo, um cartão da cor política certa. Quantos boys and girls vivem nas catacumbas do ministério da educação? Quantas horas os professores perdem a preencher as fichinhas dos boys and girls que andam a destruir o futuro dos jovens portugueses há duas ou três décadas? Sem poder sobre o ministério, os professores nunca vão conseguir fazer aquilo que têm de fazer: ensinar sem facilitismos. 

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A propósito dos confrontos em Moçambique

Texto de Jeremias Langa n'O País


Ontem, no auge da crise, quando todos ansiavam por uma palavra de conforto do mais alto magistrado da nação, foi o porta-voz do partido Frelimo que veio falar primeiro, em pose de estadista. Seguiu-se o ministro do Interior e, finalmente, numa lógica tão inaceitável quanto intrigante, o Chefe de Estado, bem já ao princípio da noite, quando o caldo há muito estava entornado! É inacreditável! O Chefe de Estado é o farol orientador de um país, nos bons e nos maus momentos. É ele a voz apaziguadora e tranquilizadora das tensões sociais. Ontem, não o foi. Não soube sê-lo. Porque veio tarde demais a sua mensagem. Tudo porque, ontem, o nosso Presidente, no auge da crise, reuniu o partido no lugar do seu governo.


Para quem tiver familiares em Maputo e queira ir acompanhando o que se está a passar por lá com mais detalhe, recomendo o blog do Carlos Serra Diário de um sociólogo