quarta-feira, 28 de julho de 2010

PT vende Vivo e entra na Oi

Afinal o interesse nacional custava só 350 milhões a mais...

Está tudo louco


Não se compreende que entre os direitos sociais contemplados na Constituição se exclua o direito à alimentação, quando se consideram muitos outros de menor importância, por exemplo: segurança social, saúde, ensino habitação, fruição cultural, desporto e cultura física.
Deixámos, irresponsavelmente, o sector da comida entregue à libertinagem e irresponsabilidade individual dos cidadãos que, não estando em condições de escolher, alimentam-se mal, num ganancioso sector privado, a preços incomportáveis face ao que ocorre no estrangeiro.
(...)
As empresas privadas, ao apropriarem-se escandalosamente de todo o sector alimentar, criaram ineficiências graves: desnecessárias variedade de preços, de qualidade e de localização dos estabelecimentos.

À imagem do que se diz nos actuais artigos 74º e 75º da nossa Constituição, deve criar-se um artigo para a alimentação que diga: "Ao Estado compete criar uma rede de estabelecimentos públicos de alimentação que cubra, gratuitamente as necessidades de toda a população".
A população passaria a comer no restaurante público da sua área de trabalho e de residência não sendo permitido qualquer escolha para evitar criar restaurantes de 1ª e de 2ª como bem se faz agora na educação.


Almoços tendecialmente grátis de Avelino de Jesus ontem no Jornal de Negócios

sábado, 24 de julho de 2010

Overdose-The next financial crisis II


Produtos financeiros complexos como as securities associadas ao mercado subprime, que muitos bancos comerciais começaram a vender tiveram um papel central na crise de 2008. A crise tornou-se global porque muitos bancos comerciais americanos começaram a revender estes pacotes de securities a outros bancos noutros cantos do Mundo.


Em Overdose-The next financial crisis, Peter Schiff diz e muito bem que o sector privado jamais teria tomado por si só os riscos que tomou transaccionando estes produtos financeiros tóxicos. Tal só sucedeu porque houve uma série de moral hazards que permitiram que se criasse este ambiente de bebedeira do FED alcohol. Moral hazards como os que existiam no sistema bancário com o Governo americano a garantir todos os depósitos bancários.Isto significava que a maioria dos depositantes simplesmente se borrifavam para o que os bancos faziam e fazem com os seus depósitos, pois há a garantia de que o Governo cobrirá sempre esses depósitos no caso das coisas darem para o torto.  Infelizmente este ambiente de pura irracionalidade foi-se alastrando um pouco pelo Mundo inteiro e foi o que levou a que uma crise financeira com origem nos EUA se tornasse numa crise financeira global. 

Mas o pior foi a resposta mundial à crise. A esmagadora maioria dos Governos responderam cometendo erros semelhantes aos que nos levaram a este estado. Com o rótulo de pacotes de estímulo económico, um pouco por todo o Mundo vimos Governos a tentarem estimular as suas economias locais com montantes pornográficos de dinheiro. Tudo em nome da crença keynesiana de que em alturas de crise tem que ser o Estado a estimular a economia gastando dinheiro, e baixando taxas de juro. Neste filme podemos ver e perceber um pouco melhor a dimensão do pornográfico pacote de estímulo económico de Obama. O que interessa a Obama é que o Estado americano inunde os EUA com dinheiro, investindo em estradas, aeroportos, educação e outros benefícios. Como podemos ver neste filme, o dinheiro do pacote de Obama até chegou a sitios que nao precisavam e nem queriam o dinheiro (não vou revelar exemplos, vejam o filme que tem mais piada). Com apenas meio mandato Presidencial já cumprido Obama já conseguiu endividar os EUA mais do que todos os Ex-Presidentes americanos juntos, Bush incluído (Bush era quem detinha este maravilhoso recorde). A ideia base e Obama e da sua equipa (mesmo que eles nao o digam) é salva-se a economia, mais uma vez criando uma nova bolha. Tudo isto é um moral hazard pateta. Obama, e a maioria dos líderes políticos que nos Governam desdenham a poupança, porque acham que é o consumo que lidera o crescimento económico e não a poupança (é bom sempre lembrar que poupança=investimento). Nada mais errado! Como é que se vai estimular o consumo quando as pessoas estão falidas?! Só há uma maneira: Com mais taxas de juros baixas ou nulas e com crédito barato, que foi exactamente o que nos levou ao estado em que estamos. Pior, neste momento as classes médias estão falidas e muitos Governos andam com dores de cabeça porque os seus disparatados pacotes de estímulo económico criaram problemas de dívida soberana. 

Esta bolha vai estoirar, e vai estoirar porque estes estímulos económicos todos são baseados ora em crédito ora na impressão de mais moeda, emitida pelos Bancos Centrais, literalmente do nada. E o resultado disto é sempre o mesmo: inflação (neste caso tendo em conta os níveis de endividamento pornográficos em jogo, muito provavelmente hiperinflação). Quem queira imaginar o resultado basta lembrar-se do Zimbabwe.

P.S: Overdose-The next financial crisis está disponível para ser alugado em formato digital aqui

Why not another World War?

Why not another World War? Mais um excelente artigo de Peter Schiff

War is a great way to destroy things, but it's a terrible way to grow an economy.

There is overwhelming agreement among economists that the Second World War was responsible for decisively ending the Great Depression. When asked why the wars in Iran and Afghanistan are failing to make the same impact today, they often claim that the current conflicts are simply too small to be economically significant.
There is, of course, much irony here. No one argues that World War II, with its genocide, tens of millions of combatant casualties, and wholesale destruction of cities and regions, was good for humanity. But the improved American economy of the late 1940s seems to illustrate the benefits of large-scale government stimulus. This conundrum may be causing some to wonder how we could capture the good without the bad.
If one believes that government spending can create economic growth, then the answer should be simple: let's have a huge pretend war that rivals the Second World War in size. However, this time, let's not kill anyone.
Most economists believe that massive federal government spending on tanks, uniforms, bullets, and battleships used in World War II, as well the jobs created to actually wage the War, finally put to an end the paralyzing "deflationary trap" that had existed since the Crash of 1929. Many further argue that war spending succeeded where the much smaller New Deal programs of the 1930s had fallen short.
The numbers were indeed staggering. From 1940 to 1944, federal spending shot up more than six times from just $9.5 billion to $72 billion. This increase led to a corresponding $75 billion expansion of US nominal GDP, from $101 billion in 1940 to $175 billion by 1944. In other words, the war effort caused US GDP to increase close to 75% in just four years!
The War also wiped out the country's chronic unemployment problems. In 1940, eleven years after the Crash, unemployment was still at a stubbornly high 8.1%. By 1944, the figure had dropped to less than 1%. The fresh influx of government spending and deployment of working-age men overseas drew women into the workforce in unprecedented numbers, thereby greatly expanding economic output. In addition, government spending on wartime technology produced a great many breakthroughs that impacted consumer goods production for decades.
So, why not have the United States declare a fake war on Russia (a grudge match that is, after all, long overdue)? Both countries could immediately order full employment and revitalize their respective manufacturing sectors. Instead of live munitions, we could build all varieties of paint guns, water balloons, and stink bombs.
Once new armies have been drafted and properly outfitted with harmless weaponry, our two countries could stage exciting war games. Perhaps the US could mount an amphibious invasion of Kamchatka (just like in Risk!). As far as the destruction goes, let's just bring in Pixar and James Cameron. With limitless funds from Washington, these Hollywood magicians could surely produce simulated mayhem more spectacular than Pearl Harbor or D-Day. The spectacle could be televised- with advertising revenue going straight to the government.
The competition could be extended so that the winner of the pseudo-conflict could challenge another country to an all-out fake war. I'm sure France or Italy wouldn't mind putting a few notches in the 'win' column. The stimulus could be never-ending.
If the US can't find any willing international partners, we could always re-create the Civil War. Missed the Monitor vs. the Merrimack the first time? No worries, we'll do it again!
But to repeat the impact of World War II today would require a truly massive effort. Replicating the six-fold increase in the federal budget that was seen in the early 1940s would result in a nearly $20 trillion budget today. That equates to $67,000 for every man, woman, and child in the country. Surely, the tremendous GDP growth created by such spending would make short work of the so-called Great Recession.   
The big question is how to pay for it. To a degree that will surprise many, the US funded its World War II effort largely by raising taxes and tapping into Americans' personal savings. Both of those avenues are nowhere near as promising today as they were in 1941. 
Current tax burdens are now much higher than they were before the War, so raising taxes today would be much more difficult. The "Victory Tax" of 1942 sharply raised income tax rates and allowed, for the first time in our nation's history, taxes to be withheld directly from paychecks. The hikes were originally intended to be temporary but have, of course, far outlasted their purpose. It would be unlikely that Americans would accept higher taxes today to fund a real war, let alone a pretend one.
That leaves savings, which was the War's primary source of funding. During the War, Americans purchased approximately $186 billion worth of war bonds, accounting for nearly three quarters of total federal spending from 1941-1945. Today, we don't have the savings to pay for our current spending, let alone any significant expansions. Even if we could convince the Chinese to loan us a large chunk of the $20 trillion (on top of the $1 trillion we already owe them), how could we ever pay them back? 
If all of this seems absurd, that's because it is. War is a great way to destroy things, but it's a terrible way to grow an economy.
What is often overlooked is that war creates hardship, and not just for those who endure the violence. Yes, US production increased during the Second World War, but very little of that was of use to anyone but soldiers. Consumers can't use a bomber to take a family vacation.
The goal of an economy is to raise living standards. During the War, as productive output was diverted to the front, consumer goods were rationed back home and living standards fell. While it's easy to see the numerical results of wartime spending, it is much harder to see the civilian cutbacks that enabled it.  
The truth is that we cannot spend our way out of our current crisis, no matter how great a spectacle we create. Even if we spent on infrastructure rather than war, we would still have no means to fund it, and there would still be no guarantee that the economy would grow as a result.
What we need is more savings, more free enterprise, more production, and a return of American competitiveness in the global economy. Yes, we need Rosie the Riveter - but this time she has to work in the private sector making things that don't explode. To do this, we need less government spending, not more. 

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Inception



















Eu tenho um filtro de qualidade para avaliar filmes quando vou ao Cinema. Se saio da sala de cinema e venho com a banda sonora entranhada na cabeça e intrigado pelo argumento, é sinal de que o raio do filme foi mesmo bom. Inception, o novo filme de Christopher Nolan passou sem dúvida no meu filtro de qualidade, e passou com distinção. Inception é um filme sobre sonhos, e é acima de tudo uma [b]experiência[/b] memorável. Mais do que um thriller de espionagem industrial, Inception é um filme que conjuga uma grandiosidade estética que tira o melhor partido da revolução tecnológica de Hollywood, com um argumento brilhante que tem um lado escuro, uma história (ou melhor, duas histórias) de viagens aos recônditos da mente humana com a forma de um puzzle melancólico e emocional (sente-se sem dúvida o lado enigmático do fabuloso Memento) em que sonhos se confundem com a realidade. Inception é um dos grandes marcos cinematográficos dos últimos anos, e no final do filme só dá vontade de dizer: finalmente um filme cheio de efeitos especiais que sai de Hollywood conseguindo integrar dinâmicas visuais e narrativas sem cair na mediocridade dos dias que correm.

Overdose-The next financial crisis
















Em tempos de crise, as pessoas procuram por líderes políticos fortes e por soluções simples. Mas e se as soluções adoptadas forem semelhantes aos erros que causaram essa mesma crise?

Overdose: The next financial crisis é o novo filme do realizador sueco Martin Borgs e é a história da maior crise económica dos nossos tempos, a que aí vem. Em Overdose, Martin Borgs usa o livro Financial Fiasco do autor Johan Norberg como road map, avisando que a maior crise financeira dos nossos tempos não foi a crise financeira de 2008, mas a que aí vem. Neste filme que recomendo vivamente, Martin vai ao centro do que originou a crise financeira de 2008 que resultou na crise económica que ainda vivemos em 2010.

A história da crise começa em 2001 com os atentados terroristas de 11 de Setembro. O período escolhido para os atentados terroristas que atingiram os EUA no nervo do seu centro financeiro, as famosas Twin Towers, não terá sido ao acaso, pois coincidiu com a crise da bolha da internet, mais conhecida como a bolha das dot.com. Num período em que os EUA começavam a entrar numa recessão, o país ficou sob o ataque de terroristas ficando financeiramente e económicamente ainda mais vulnerável. Como tal, para contrariar este ambiente recessivo a fórmula encontrada pela Reserva Federal Americana (FED) , na altura sob a alçada de Alan Greenspan passou por se baixar as taxas de juro de 6.5% para 1.75%. No entanto, uma medida que normalmente os Bancos Centrais costumam usar para ajustes temporários acabou por ser prolongada. Em 2003 o FED baixou as taxas de juro para 1% e desde esse dia até aos dias de hoje com Ben Bernanke no FED só temos visto as taxas de juro baixarem. Contra os avisos de gente credível como Gerald Celente ou Peter Schiff (ambos com entrevistas neste filme) os Estados Unidos da América viveram um periodo de festa em que os bancos e as Instituições financeiras se encontraram completamente embriagadas naquilo a que Peter Schiff neste filme chamada de FED Alcohol. Quando se baixa taxas de juro durante demasiado tempo o resultado é sempre o mesmo, as pessoas tendem a fazer coisas de que se arrependerão mais tarde. É como organizar uma festa com bar aberto e prolongá-la por mais tempo do que se devia. Este ambiente de bebedeira levou a que especialmente bancos e Instituições financeiras tivessem tomado riscos que normalmente não tomariam, pois sabiam que se a coisa corresse bem seria uma oportunidade única para acumularem lucros enormes, e se a coisa corresse mal sabiam que a Reserva Federal do senhor Greenspan lhes haveria de salvar.

Vivíamos num Mundo cheio de incertezas. Com Bush a governar os EUA e com o país sob ataque nada parecia mais seguro do que investir numa casa, afinal esse é o famoso American Dream. Este foi o momento em que as coisas começaram mesmo a entrar por caminhos ainda mais sinistros. Neste ambiente de taxas de juro baixíssimas, a Reserva Federal na prática criou uma bolha imobiliária para evitar que a bolha das dot.com explodisse e afectasse o país ainda mais. Bush, e o Congresso americano (tanto do lado dos democratas como dos republicanos) incentivaram que o American Dream pudesse ser uma realidade para cada vez mais americanos. Como tal, muitos americanos começaram a comprar casas e mais casas, e cada vez maiores. Afinal o mercado imobiliário crescia a 10% ao ano e toda a gente dizia que era um excelente investimento. Pior ainda, muitos americanos passaram a hipotecar a 2a casa para financiar o consumo. Estes eram os tempos do crédito fácil, os tempos dos NINA loans (No income, no Assets). Mesmo sem rendimentos suficientes, nem activos que pudessem ser dados como garantia, muitos americanos tiveram acesso ao crédito fácil. Pior, os políticos encorajaram isto, tudo em nome do American Dream. Quando leio hoje tanta gente por Portugal e pela Europa a dizer esse disparate de que foi o neoliberalismo que levou a esta crise só me ocorre responder logo: Freddie Mac e Fannie Mae. Muita gente parece não saber o que vou contar a seguir, ou pelo menos fingem que não sabem. Estas duas Instituições, que foram dos maiores culpados da crise do subprime, não foram o resultado de políticas liberais ou neo-liberais.Estes dois monstros foram criadas pelo Congresso americano, funcionando como Government Sponsored Enterprises. No fundo eram instituições privadas cujas transações eram garantidas pelo Estado Americano, tendo como objectivo garantir empréstimos a americanos que não tivessem capacidade financeira e que não conseguissem financiamento junto dos canais normais no mercado. Portanto, políticas socialistas puras e duras com o Estado a subsidiar a compra de casas ao desbarato sem critério e não própriamente as tais políticas neo-liberais de que tanta gente se queixa. Este filme dá um bom retrato de como o Freddie Mac e Fannie Mae foram criados e de como funcionavam.

(mais sobre Overdose-The next financial crisis brevemente)

sábado, 10 de julho de 2010

O Crime perfeito


A intervenção de Sócrates no negócio entre a PT e a Telefónica foi um sucesso... para Sócrates. Mostrou quem manda. Manda na PT, na Caixa, manda em tudo o que antes negava. Nós, o povo, delirámos. E assim se legitima o que antes era escândalo. Amemos o polvo.
Sobre a "golden share" já se disse o que havia a dizer. O País parece entender que o Governo escreveu direito por linhas tortas e que, como outros assim fazem, que se danem os tribunais. Sobretudo sendo espanhóis e arrogantes, como foi a Telefónica. Investidores? Accionistas? Privados? Mercados? Abrenúncio! E na alucinação colectiva em que mergulhámos, quem discorda preenche quota na corja de ultraliberais. Incluindo os pequenos investidores, ignorados ou esconjurados. 

É preciso reconhecer mérito ao primeiro-ministro. Não pelo acerto mas pela força. Numa semana ajoelhou todos, Telefónica, Banco Espírito Santo, Ongoing, administradores e políticos. Vingativo e manipulador como sempre, Sócrates foi no entanto inabalável como não se via desde o início da sua governação. Onde andou este primeiro-ministro nos últimos anos? A cultivar defeitos enterrando qualidades. 

Assim acaba a primeira parte deste jogo de telecomunicações, num armistício para negociar. Os accionistas perderam um grande negócio mas a PT não amputou o braço direito. E todos ficámos a perceber que quem decide é o Governo. 

Ficou tudo às claras: o Governo dá ordens à Caixa Geral de Depósitos e não aceita que se façam negócios sem ser ouvido e sem anuir ou mesmo encorajar. Estivemos anos a ouvir o contrário. Que não, que as empresas decidem autonomamente; que falar de intervenção estatal era insulto; que a Caixa competia no mercado com os outros. 


Quem é que hoje acredita que a TVI esteve para ser comprada pela PT sem o conhecimento, aprovação e até motivação do Governo? Quem pode hoje sonhar que na OPA da Sonae o Governo foi mesmo neutro? Quem pode crer que o financiamento galopante e suicida que a Caixa fez àqueles que se consumiram no BCP (Berardo, Fino e outros) não teve o pulso ou o impulso do PS? E que a não execução destes capitalistas falidos foi isenta? Quem põe as mãos no fogo pela nomeação de dezenas de "boys", tachos e incompetentes infiltrados nestas empresas? Quem acredita nos negócios na Taguspark, no pequeno-almoço de Figo, nos amores à primeira vista com a JP Sá Couto, nas adjudicações sem concurso, na convocatória da EDP para a Qimonda Solar, na coincidência do ex-assessor do secretário de Estado das Scut que passa a vender chips ao Estado? Quem se fia em todos os investimentos e créditos perdulários da Caixa em antros de pirataria como a La Seda? Nos dinheiros de fundos públicos para a Aerosoles, nos patrocínios compulsivos de "empresas estratégicas" no Red Bull Air Race, que acaba de nos mandar passear? Quem ainda acredita que a Caixa não está a reforçar-se como testa--de-ferro da "golden share" da PT, nas nomeações na Cimpor, como antes no BCP, nas entradas accionistas na Galp, Quem? 


O Estado é maior que o Governo, que é maior que o partido. Em Portugal, contudo, o sentido é o inverso. Temos ministros da Economia que são directores comerciais e primeiros-ministros "chairman". Com a nacionalização temporária da PT para o Verão, que incluiu ordens à Caixa, acabou-se o cinismo. E, para gáudio, a massa que antes apupava estes tentáculos enleva-se agora neles. Um dia, o interesse nacional será não o das grandes empresas e dos Governos, mas o dos consumidores e o dos contribuintes. Um dia, um dia...