sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os boys e os tachos do PS, escrito por Henrique Raposo


IO trabalho da Sábado vale por si, e não carece de muitos comentários. Tal como refere Gonçalo Bordalo Pinheiro no editorial, estamos a falar de pessoas com duas características: (1) ocupam "um cargo relevante no Estado (ou em empresas de que o Estado é accionista)", apesar de (2) "não terem um currículo na área". As jornalistas Ana Taborda, Maria Henrique Espada e Patrícia Silva Alves fizeram, assim, uma "lista de ex-governantes, ex-assessores, militantes socialistas ou pessoas com qualquer ligação a membros do governo que estão em lugares de destaque por decisão do mesmo governo".

II. Em Julho, quando Portugal era um paraíso na terra, o Governo colocou nas Estradas de Portugal mais uma administradora: Ana Tomaz (150 mil euros ao ano). "Na véspera da sua nomeação, esta engenheira civil sem qualquer experiência de gestão, era adjunta do secretário de Estado das Obras Públicas". Há muitos casos assim. É só ler, caro leitor. O meu caso preferido é o de Filipe Baptista, que, depois de ser assessor e secretário de Estado de Sócrates, passou a ganhar 198 mil euros na ANACOM. Ou seja, José Sócrates colocou um dos seus homens-de-mão numa entidade reguladora, para a qual ele não tinha CV. Este é o melhor retrato do socratismo: a ausência de rigor institucional (colocar um boy numa entidade reguladora é o mesmo que não ter respeito pela regulação e pela separação de poderes), e o favorecimento daqueles que defendem o PS - contra os inimigos do Estado Social, com certeza.

III. Vamos a outro caso, que não é tão chocante, mas que acaba por revelar o problema de fundo. Alexandre Rosa foi colocado no Instituto do Emprego e Formação Profissional, área em que não tinha qualquer experiência. As reacções deste senhor são bem interessantes. Diz ele: "Estes lugares são de nomeação política, é normal que se escolham pessoas em quem se tem confiança política! Eu executo políticas do governo". Ora, o problema está precisamente aqui.O problema está no facto de os altos postos da função pública estarem abertos ao saque do partido do poder (PS ou PSD). Como tem dito António Barreto, há que acabar com esta lei que possibilita ao Governo colocar os seus boysno topo da hierarquia do Estado. Estes lugares de topo devem ser ocupados por funcionários públicos (depois de um concurso livre e transparente) e não por boys.

IV. Eis, portanto, a história da Era Sócrates: a sociedade está um caco, a economia do comum dos mortais está uma miséria, mas a economia dos boys do PS está bem e recomenda-se. Não é por acaso que o PS passa a vida a defender o Estado. É que esse Estado, que nos consome os impostos, é a galinha de ovos de ouro dos socialistas, sobretudo daqueles que têm a sorte de ter o número de telemóvel do primeiro-ministro.

O video que Sócrates e Teixeira dos Santos deviam ver

sábado, 2 de outubro de 2010

O erro do aumento de impostos

O Orçamento apresentado por Sócrates para 2011 é um Orçamento virado para o curto prazo para acalmar os mercados, mas infelizmente é um Orçamento burocrático que receio que já venha tarde demais, sendo que existem fortes possibilidades de nem vir a ser suficiente. Muitas das medidas como os cortes salariais no Estado apesar de duras, eram inevitáveis. Mas infelizmente Portugal precisava que este Orçamento fosse mais longe, e acima de tudo que fosse virado para o médio/longo-prazo e virado também para o crescimento económico.

Para termos crescimento económico sustentável no futuro o Estado vai ter que ser repensado e infelizmente neste OE 2011 pouco se vai fazer para mexer num aparelho de Estado que tem quase 14 mil entidades que deveriam neste momento estar sériamente a serem repensadas, muitas deles talvez mesmo extintas. Mas isto implicaria enfrentar as próprias concelhias das máquinas partidárias que usam muitas dessas entidades públicas como centros de emprego para os próprios aparelhos partidários. Nisto, o OE é omisso e pouco ou nada se fará para se mexer estruturalmente com este cancro. Convinha também repensar outras áreas em que o Estado está presente como a RTP ou transportes (CP,Carris,TAP, etc) assim como as pornográficas Parcerias Público-Privadas (PPP) que servem para esconder o real défice do Estado e os reais valores de dívida pública face ao PIB. Nisso nada se vai mexer, e é um erro que nos vai custar caro mais cedo do que muitos no PS pensam. No lado da receita o aumento do IVA para 23 % o Governo está a cometer mais um erro (o truque com a receita vinda da PT para artificialmente baixar o défice de 2010 é também outro, e bem grande) 


Só faria sentido realmente aumentar o IVA se descessem ao mesmo tempo a taxa social única (TSU) paga pelo empregador, dos actuais 23,75% para níveis bem mais baixos. O economista Ricardo Reis já por diversas vezes fez esta proposta de uma alternativa fiscal que nos ajudaria no imediato a estimular a economia portuguesa. O IVA é um imposto sobre todos os bens consumidos em Portugal. A TSU é um imposto sobre os bens produzidos em Portugal. Logo a diferença entre o que consumimos e produzimos são as nossas importações do exterior, pelo que aumentando o IVA para 23 % e baixando a TSU em 3% (ou até mais) o Governo estaria a usar um instrumento de desvalorização pela via fiscal que tornaria a nossa economia já no curto prazo muito mais competitiva. E pondo a economia mais competitiva e a funcionar como deve ser o Estado acabaria por arrecadar mais receita via impostos. Isto fiscalmente ajudaria as empresas e teria exactamente o mesmo impacto que andar a baixar salários para reduzir o custo das empresas. A diferença é que deixa de ter esse impacto social no bolso dos trabalhadores pois em vez de lhes baixarem os salários, reduz antes a parte do salário que as empresas pagam ao Estado. Além do mais esta medida de diminuição dos impostos sobre os rendimentos e um aumento dos impostos sobre o consumo estimularia a poupança privada o que nos ajudaria a reduzir o nosso endividamento no exterior, um dos problemas crónicos da Economia portuguesa. Infelizmente a falta de criatividade nas ideias apresentadas pelo Governo irá provavelmente condenar o país a uma quebra da nossa economia,e dentro de 1 ano (ou até antes) o Governo diria que muito provavelmente terá que apresentar novas medidas duras. O que é que será feito nesse cenário? Novo aumento de impostos? Já estamos a atingir o limite do moralmente aceitável a nível de impostos, pelo que aguarda-se que o PSD consiga ter poder negocial para convencer o Governo a evitar a subida de impostos e que tenha a coragem de mexer estruturalmente no Estado reduzindo o seu peso na economia, no endividamento público e reduzindo o défice com cortes estruturais na despesa pública. Esta novela em que estamos metidos definitivamente terá novos episódios. 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

13.740 ideias para Teixeira dos Santos

13.740 organismos dependem de verbas transferidas do Estado. O Ministro das Finanças admitiu ontem já estar sem ideias sobre onde cortar na despesa pública. Sr. Ministro, tem aqui 13.740 ideias para cortar na despesa pública.Acabe com alguns destes organismos. Até se pode dar ao luxo de escolher só umas centenas, que isso já era bem bom.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ilusões

Manuel Alegre acredita que Portugal não vai ter que recorrer ao FMI. Ah bom...se o Manuel Alegre acredita, podemos estar descansados da vida, é porque assim será. Manuel Alegre também acredita que vai ser Presidente da República... 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Crash de 2010 começa a parecer tudo menos uma miragem


Americans Enjoying Final Days of Artificial Economy

In recent days, Japan has intervened in the foreign currency market to artificially drive down the value of the yen. Japan's actions to weaken the yen have driven it from 83 to 85.73 against the U.S. dollar. Most analysts in the mainstream media are portraying this as Japan's attempt to "head off a deflation spiral". Almost everybody is applauding Japan's move, saying it was needed in order to "shore up its export-driven economy".

The truth is, although Japan claims to be helping Japanese citizens with this move, Japanese citizens are the ones who will actually suffer. Despite Japan's economy entering into recession last year, the Japanese were able to maintain their same standard of living because prices were falling due to their strong currency. Some of the largest Japanese exporters like Toyota and Sony saw their revenues decline last year by 20.8% and 12.9% respectively, but this was only bad for shareholders of these companies. Despite rapidly declining revenues for Japanese exporters, Japan's unemployment rate only reached a peak of 5.6% last year and is now down to 5.2%.

The Japanese should be happy and grateful for how strong their economy is compared to the U.S. economy. When it comes to exporters in Japan, their problem is not the strong yen, but the weak U.S. dollar. If Japanese exporters allow the U.S. dollar to collapse, their revenues will continue to decline substantially, but that is a healthy part of a free market economy. Within a year or two, a strengthening yen would allow the Japanese to spend more on their own goods, and revenues for Toyota and Sony would come back strong.
Japan's efforts to postpone a few Japanese corporations going through a brief but tough readjustment period are helping to artificially prop up the standard of living for Americans one last time. NIA believes that the Japanese better be careful what they wish for. Never before in world history has nearly every developed country been in battle with each other to have the weakest currency. Asian producing countries want their currencies to be the weakest so that they can have the honor of shipping their products to Americans who can't afford them.

Currencies are very fragile, especially when they are fiat and backed by nothing. NIA believes that nearly all countries around the world with fiat currencies are currently making the grave mistake of doing everything in their power to debase them. Even a five year old child, if you asked them if they want the money in their piggy bank to be worth more or less, would have the common sense to say more. The world's politicians either don't have this same common sense or they are being paid off by the management of export giants.

Although China recently made the wise decision to allow the yuan to strengthen, they haven't allowed the yuan to strengthen fast enough. China is now facing a price inflation crisis that will soon spread to the U.S. Consumer prices in China rose by 3.5% in August compared to one year ago, the largest increase in nearly two years. On a month-over-month basis (including seasonal adjustments), consumer prices in China rose by 4.8% in August over July.

Workers at a Honda plant in China recently went on strike over wages and work conditions. The Chinese have had enough of slaving in factories for $30 per week while Americans sit home on their couches, collect $400 per week in unemployment benefits, and consume the goods that the Chinese make. Chinese manufacturers are now being forced to increase the wages they pay to workers and these costs will be passed on to American importers of Chinese goods like Wal-Mart.

Wal-Mart recently eliminated their "rollbacks" on grocery items in the U.S. Grocery prices at Wal-Mart rose by a shocking 5.8% in July from June. In fact, some items in Wal-Mart like a 36-ounce bottle of Windex and a 12-ounce box of Quaker Oats rose in price by 51% and 66% respectively in July over June. Considering that in 29 states, Wal-Mart controls more than half the grocery market, almost all Americans are beginning to feel the effects of massive price inflation.

With 70% of the goods sold in Wal-Mart made in China, NIA believes that Wal-Mart's massive price increases for grocery items will soon spread to all other items sold. It is crystal clear for us to see what is ahead for U.S. prices of consumer goods, yet the mainstream media continues to talk about deflation. Cotton prices have surged 28% during the past two months to their highest level in 15 years. That alone guarantees higher clothing prices, but combined with the wage situation in China, Americans could see an unprecedented surge in clothing prices in the months to come.


A massive outbreak of price inflation is already taking place all around us, as Americans enjoy their final days of our artificial economy that is being propped up by China and Japan. Some people say China and Japan continue to buy and hold U.S. treasuries because of our overpowering military presence, but when they start dumping our treasuries and the bond bubble bursts, the U.S. military regime will come to an end. A U.S. societal collapse is coming and NIA will expose the truth in its over one hour long documentary coming in late-October. This documentary will be talked about around the world for years to come. If you would like your friends and family members to be the first to see NIA's new upcoming documentary, please tell them to become a member of NIA for free at http://inflation.us

domingo, 12 de setembro de 2010

Capitalismo 4.0


por Martim Avillez Figueiredo no Expresso

Sócrates e Passos Coelho estão a perder tempo nesta guerra entre mais Estado e menos Estado. O modelo novo, diz Kaletsky, é menos Estado e mais Estado ao mesmo tempo.



Anatole Kaletsky acaba de publicar um livro que parece feito de encomenda para os desafios portugueses. Kaletsky deve ter apenas uma vaga ideia do que pensam Sócrates e Passos Coelho - mas é como se escrevesse para eles. Na verdade, é como se dirigisse o livro ao país. Um grito de aviso: não alinhem na conversa simplificadora dos vossos líderes.
A ideia central do livro ("Capitalism 4.0", Julho 2010) explica que o futuro exige que se adote um paradoxo político - a construção de um modelo de Estado simultaneamente maior e menor do que aquele que comandou os destinos da política ocidental até aqui. Mais Estado e menos Estado. Assim mesmo. O ponto é simples: enquanto o Estado tem de intervir mais nas finanças públicas, dinâmica fiscal e macroeconomia, precisa de suavizar o seu papel na saúde, educação, reformas e apoios sociais. Parece aquela velha e fácil teoria liberal, mas não é. Olhe-se à luz do país.
José Sócrates, cansado da sua não maioria, concentrou energias na defesa do Estado social. Está certo. Numa crise desta dimensão, a ideia de que o Estado tem responsabilidades sobre os destinos e pode e deve atuar sobre a sorte de cada um parece inteiramente justificada. Pedro Passos Coelho, animado pelas sondagens, aposta tudo a sublinhar que mais gastos sociais vão fazer disparar impostos. Faz sentido. A crise deixou claro que os cofres públicos se alimentam de mais impostos ou mais dívida - pelo que é preciso cortar. Os dois lúcidos? Os dois ultrapassados, diria Kaletsky.
Primeiro: concentrar tudo nas virtudes da política social é como jogar cartas apostando todas as fichas em cada mão. Mais cedo ou mais tarde rebenta. Hoje, quase 5 milhões de portugueses dependem do Estado (funcionários públicos, pensionistas, etc.) e só a fatura social suga metade da receita total dos impostos. Metade. Mais cedo ou mais tarde rebenta.
Segundo: apostar no contrário - na ideia de que é preciso retirar do Estado em força - é equivalente a convidar pessoas para uma festa de metralhadora em punho: vai fugir tudo. A Europa habituou-se a um nível de bem-estar impermeável aos políticos - os eleitores sabem que venha quem vier, não lhes tira o que conquistaram.
Terceiro: perante este beco, Kaletsky recorda como este novo capitalismo vai exigir que o Estado encontre políticas fiscais agressivas, por um lado, dinâmicas macroeconómicas diferentes, por outro, e ainda modelos privados que substituam despesa pública. Mais Estado, menos Estado.
Sócrates e Passos Coelho, porém, falam no passado: um acomoda-se no discurso da esquerda social, o outro alavanca-se na lenga-lenga liberal. Não é esse o caminho. Kaletsky lembra: outro sistema fiscal é decisivo. O modelo progressivo (o europeu) é incompatível com o discurso em voga contra os ricos: sem mais ricos, a receita fiscal reduziria todos os dias. Portugal, como o novo capitalismo, precisa de política sem excesso de ideologia, desenhada para oferecer resultados, não índices programáticos. A política portuguesa precisa de fazer um upgrade. O software é o mesmo: capitalismo. Falta mudar da versão 3.0 para a 4.0. Sócrates ou Passos Coelho: quem faz upload primeiro?
Texto publicado na edição do Expresso de 4 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Na mouche!

Professores, os escravos do ministério por Henrique Raposo.



I. José Sócrates, o propagandista-que-por-acaso-é-o-nosso-primeiro-ministro, lançou por aí uns foguetes pedagógicos depois de ver um relatório da OCDE sobre a educação. Consta que a educação em Portugal melhorou. Pois claro, com um ministério da educação a fabricar falsas estatísticas através do facilitismo, eu aposto que Portugal ainda vai passar a Suécia. As nossas crianças não sabem escrever ou fazer uma simples conta, mas, força Sócrates, tu consegues .
II. Mas, enquanto a Ministra Alçada apanhava as canas do eng., outras pessoas fizeram outras contas. Por exemplo,Paulo Guinote viu aqui uma coisa: os professores portugueses trabalham mais 100 horas do que a média europeia. Não são 10. São 100. Eu não percebi se estas horas são apenas horas passadas nas salas de aula ou se já incluem ashoras infindáveis que um professor gasta a preencher papéis e fichas para o ministério.
III. Em todo o caso, interessa fixar isto: se o excesso de trabalho fosse em prol dos alunos, o problema não seria grave. Mas, na verdade, o excesso de trabalho dos professores representa trabalho escravo, representa a subalternização do professor em relação aos pedagogos do ministério da educaçãoComo já escrevi 1234 vezes, o nosso maior problema é este centralismo do Ministério da Educação. E esse centralismo autoritário (e herdeiro de Salazar) é visível na forma como Lisboa controla as escolas no Fundão, Faro ou Bragança. Um absurdo intolerável. Mas este absurdo intolerável não se vê apenas nesta parte burocrática e administrativa. Também se vê na parte pedagógica. Os desgraçados dos professores têm de preencher fichas e fichinhas intermináveis. Para quê? Para que os pedagogos centralistas controlem tudo. Para que a senhora ministra tenha dados bonitinhos para apresentar à OCDE. Resultado? Sempre que se fala com um professora, a desilusão é sempre a mesma: "eu não sou uma professora, sou uma burocrata do ministério".
IV. Um partido que pretenda, de facto, resolver este assunto tem de atacar os pedagogos do ministério e não os professores que estão nas escolas. Temos de tirar poder ao ministério. Temos de dar esse poder às escolas e aos professores. É preciso retirar poder a estes pedagogos pós-moderninhos que têm mestrados e doutoramentos naquela pseudo-ciência (ciências da educação? É assim que se diz?) e que têm, acima de tudo, um cartão da cor política certa. Quantos boys and girls vivem nas catacumbas do ministério da educação? Quantas horas os professores perdem a preencher as fichinhas dos boys and girls que andam a destruir o futuro dos jovens portugueses há duas ou três décadas? Sem poder sobre o ministério, os professores nunca vão conseguir fazer aquilo que têm de fazer: ensinar sem facilitismos. 

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A propósito dos confrontos em Moçambique

Texto de Jeremias Langa n'O País


Ontem, no auge da crise, quando todos ansiavam por uma palavra de conforto do mais alto magistrado da nação, foi o porta-voz do partido Frelimo que veio falar primeiro, em pose de estadista. Seguiu-se o ministro do Interior e, finalmente, numa lógica tão inaceitável quanto intrigante, o Chefe de Estado, bem já ao princípio da noite, quando o caldo há muito estava entornado! É inacreditável! O Chefe de Estado é o farol orientador de um país, nos bons e nos maus momentos. É ele a voz apaziguadora e tranquilizadora das tensões sociais. Ontem, não o foi. Não soube sê-lo. Porque veio tarde demais a sua mensagem. Tudo porque, ontem, o nosso Presidente, no auge da crise, reuniu o partido no lugar do seu governo.


Para quem tiver familiares em Maputo e queira ir acompanhando o que se está a passar por lá com mais detalhe, recomendo o blog do Carlos Serra Diário de um sociólogo

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A ler


The Fed's Biggest Bubble


I've made a living out of exposing economic fallacies, but there's one whale that I can't seem to harpoon. Even top-flight Wall Street analysts seem to believe that the Fed's doubling of the monetary base after the credit crunch has not had an inflationary impact on our economy. Their logic can be summed up like so: "The money the Fed created and dropped from helicopters has all been caught in the trees." In other words, the Fed is creating money, but it is just being held as excess reserves by the banking system instead of being loaned to the public. Therefore, the money supply hasn't truly increased, there is no money multiplier effect, and aggregate price levels are behaving themselves.
But this is only a half-truth. Yes, most of the money created by the Fed has been kept by commercial banks as excess reserves. However, the Fed doesn't conjure reserves by magic. It first creates an electronic credit by fiat, then purchases an asset held by a financial institution. Those primary dealers then deposit that Federal Reserve check into their reserves. The act of creating money from nothing and buying an asset -- be it a Treasury bond or Mortgage Backed Security (MBS) -- drives up the price of that asset in the open market. Those price distortions send erroneous signals to private buyers and sellers, eventually creating gross economic imbalances.
Therefore, the inflation created by the Fed first gets concentrated in whatever asset it has chosen to purchase - before spreading throughout the economy.
In the latest example of the Fed's monetary manipulations, Bernanke & Co. purchased $1.25 trillion in MBS. The prices of MBS were therefore driven up (and yields down). Before that, the Fed forced the entire yield curve lower by purchasing not only Treasury bills but also $300 billion in notes and bonds. The Fed has also recently indicated that it will be swapping maturing MBS for longer-dated Treasury securities in an effort to keep its balance sheet from shrinking.
While it is true that -- for now at least -- we have been spared from the imminent curse of skyrocketing consumer prices, thanks to the falling money multiplier, it is blatantly untrue that the trillion-plus dollars the Fed created have been rendered inconsequential.
Not only has the huge buildup in the monetary base put pressure on the US dollar and caused gold to soar, but it has also broadcast an egregious and distortive price signal for US debt securities. The 10-year note is now trading just above 2.5%. That yield is near its all time record low, nearly 5 percentage points below its 40-year average, and 13 percentage points below its record high of September 1981.
US sovereign debt should only enjoy such historically low yields due to an overabundance of savings, low inflation, and low debt. None of those preferable conditions currently exist. Hence, US Treasuries are the most over-supplied, over-owned, and over-priced asset in the history of the planet! Once the debt dam breaks, it will send the dollar and bond prices cascading lower, and consumer prices and bond yields through the roof.
While Wall Street and Washington are petrified of the deflation boogieman, the real menace lurking in the shadows is the Fed's bond bubble - and it's going to eat small investors alive.

Tal Pai tal filho

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Leitura recomendada


Don't Lose Sleep over Deflation 


por Michael Pento


Modern economists don't understand what deflation is or why, in reality, we have much more to fear from inflation.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PT vende Vivo e entra na Oi

Afinal o interesse nacional custava só 350 milhões a mais...

Está tudo louco


Não se compreende que entre os direitos sociais contemplados na Constituição se exclua o direito à alimentação, quando se consideram muitos outros de menor importância, por exemplo: segurança social, saúde, ensino habitação, fruição cultural, desporto e cultura física.
Deixámos, irresponsavelmente, o sector da comida entregue à libertinagem e irresponsabilidade individual dos cidadãos que, não estando em condições de escolher, alimentam-se mal, num ganancioso sector privado, a preços incomportáveis face ao que ocorre no estrangeiro.
(...)
As empresas privadas, ao apropriarem-se escandalosamente de todo o sector alimentar, criaram ineficiências graves: desnecessárias variedade de preços, de qualidade e de localização dos estabelecimentos.

À imagem do que se diz nos actuais artigos 74º e 75º da nossa Constituição, deve criar-se um artigo para a alimentação que diga: "Ao Estado compete criar uma rede de estabelecimentos públicos de alimentação que cubra, gratuitamente as necessidades de toda a população".
A população passaria a comer no restaurante público da sua área de trabalho e de residência não sendo permitido qualquer escolha para evitar criar restaurantes de 1ª e de 2ª como bem se faz agora na educação.


Almoços tendecialmente grátis de Avelino de Jesus ontem no Jornal de Negócios

sábado, 24 de julho de 2010

Overdose-The next financial crisis II


Produtos financeiros complexos como as securities associadas ao mercado subprime, que muitos bancos comerciais começaram a vender tiveram um papel central na crise de 2008. A crise tornou-se global porque muitos bancos comerciais americanos começaram a revender estes pacotes de securities a outros bancos noutros cantos do Mundo.


Em Overdose-The next financial crisis, Peter Schiff diz e muito bem que o sector privado jamais teria tomado por si só os riscos que tomou transaccionando estes produtos financeiros tóxicos. Tal só sucedeu porque houve uma série de moral hazards que permitiram que se criasse este ambiente de bebedeira do FED alcohol. Moral hazards como os que existiam no sistema bancário com o Governo americano a garantir todos os depósitos bancários.Isto significava que a maioria dos depositantes simplesmente se borrifavam para o que os bancos faziam e fazem com os seus depósitos, pois há a garantia de que o Governo cobrirá sempre esses depósitos no caso das coisas darem para o torto.  Infelizmente este ambiente de pura irracionalidade foi-se alastrando um pouco pelo Mundo inteiro e foi o que levou a que uma crise financeira com origem nos EUA se tornasse numa crise financeira global. 

Mas o pior foi a resposta mundial à crise. A esmagadora maioria dos Governos responderam cometendo erros semelhantes aos que nos levaram a este estado. Com o rótulo de pacotes de estímulo económico, um pouco por todo o Mundo vimos Governos a tentarem estimular as suas economias locais com montantes pornográficos de dinheiro. Tudo em nome da crença keynesiana de que em alturas de crise tem que ser o Estado a estimular a economia gastando dinheiro, e baixando taxas de juro. Neste filme podemos ver e perceber um pouco melhor a dimensão do pornográfico pacote de estímulo económico de Obama. O que interessa a Obama é que o Estado americano inunde os EUA com dinheiro, investindo em estradas, aeroportos, educação e outros benefícios. Como podemos ver neste filme, o dinheiro do pacote de Obama até chegou a sitios que nao precisavam e nem queriam o dinheiro (não vou revelar exemplos, vejam o filme que tem mais piada). Com apenas meio mandato Presidencial já cumprido Obama já conseguiu endividar os EUA mais do que todos os Ex-Presidentes americanos juntos, Bush incluído (Bush era quem detinha este maravilhoso recorde). A ideia base e Obama e da sua equipa (mesmo que eles nao o digam) é salva-se a economia, mais uma vez criando uma nova bolha. Tudo isto é um moral hazard pateta. Obama, e a maioria dos líderes políticos que nos Governam desdenham a poupança, porque acham que é o consumo que lidera o crescimento económico e não a poupança (é bom sempre lembrar que poupança=investimento). Nada mais errado! Como é que se vai estimular o consumo quando as pessoas estão falidas?! Só há uma maneira: Com mais taxas de juros baixas ou nulas e com crédito barato, que foi exactamente o que nos levou ao estado em que estamos. Pior, neste momento as classes médias estão falidas e muitos Governos andam com dores de cabeça porque os seus disparatados pacotes de estímulo económico criaram problemas de dívida soberana. 

Esta bolha vai estoirar, e vai estoirar porque estes estímulos económicos todos são baseados ora em crédito ora na impressão de mais moeda, emitida pelos Bancos Centrais, literalmente do nada. E o resultado disto é sempre o mesmo: inflação (neste caso tendo em conta os níveis de endividamento pornográficos em jogo, muito provavelmente hiperinflação). Quem queira imaginar o resultado basta lembrar-se do Zimbabwe.

P.S: Overdose-The next financial crisis está disponível para ser alugado em formato digital aqui

Why not another World War?

Why not another World War? Mais um excelente artigo de Peter Schiff

War is a great way to destroy things, but it's a terrible way to grow an economy.

There is overwhelming agreement among economists that the Second World War was responsible for decisively ending the Great Depression. When asked why the wars in Iran and Afghanistan are failing to make the same impact today, they often claim that the current conflicts are simply too small to be economically significant.
There is, of course, much irony here. No one argues that World War II, with its genocide, tens of millions of combatant casualties, and wholesale destruction of cities and regions, was good for humanity. But the improved American economy of the late 1940s seems to illustrate the benefits of large-scale government stimulus. This conundrum may be causing some to wonder how we could capture the good without the bad.
If one believes that government spending can create economic growth, then the answer should be simple: let's have a huge pretend war that rivals the Second World War in size. However, this time, let's not kill anyone.
Most economists believe that massive federal government spending on tanks, uniforms, bullets, and battleships used in World War II, as well the jobs created to actually wage the War, finally put to an end the paralyzing "deflationary trap" that had existed since the Crash of 1929. Many further argue that war spending succeeded where the much smaller New Deal programs of the 1930s had fallen short.
The numbers were indeed staggering. From 1940 to 1944, federal spending shot up more than six times from just $9.5 billion to $72 billion. This increase led to a corresponding $75 billion expansion of US nominal GDP, from $101 billion in 1940 to $175 billion by 1944. In other words, the war effort caused US GDP to increase close to 75% in just four years!
The War also wiped out the country's chronic unemployment problems. In 1940, eleven years after the Crash, unemployment was still at a stubbornly high 8.1%. By 1944, the figure had dropped to less than 1%. The fresh influx of government spending and deployment of working-age men overseas drew women into the workforce in unprecedented numbers, thereby greatly expanding economic output. In addition, government spending on wartime technology produced a great many breakthroughs that impacted consumer goods production for decades.
So, why not have the United States declare a fake war on Russia (a grudge match that is, after all, long overdue)? Both countries could immediately order full employment and revitalize their respective manufacturing sectors. Instead of live munitions, we could build all varieties of paint guns, water balloons, and stink bombs.
Once new armies have been drafted and properly outfitted with harmless weaponry, our two countries could stage exciting war games. Perhaps the US could mount an amphibious invasion of Kamchatka (just like in Risk!). As far as the destruction goes, let's just bring in Pixar and James Cameron. With limitless funds from Washington, these Hollywood magicians could surely produce simulated mayhem more spectacular than Pearl Harbor or D-Day. The spectacle could be televised- with advertising revenue going straight to the government.
The competition could be extended so that the winner of the pseudo-conflict could challenge another country to an all-out fake war. I'm sure France or Italy wouldn't mind putting a few notches in the 'win' column. The stimulus could be never-ending.
If the US can't find any willing international partners, we could always re-create the Civil War. Missed the Monitor vs. the Merrimack the first time? No worries, we'll do it again!
But to repeat the impact of World War II today would require a truly massive effort. Replicating the six-fold increase in the federal budget that was seen in the early 1940s would result in a nearly $20 trillion budget today. That equates to $67,000 for every man, woman, and child in the country. Surely, the tremendous GDP growth created by such spending would make short work of the so-called Great Recession.   
The big question is how to pay for it. To a degree that will surprise many, the US funded its World War II effort largely by raising taxes and tapping into Americans' personal savings. Both of those avenues are nowhere near as promising today as they were in 1941. 
Current tax burdens are now much higher than they were before the War, so raising taxes today would be much more difficult. The "Victory Tax" of 1942 sharply raised income tax rates and allowed, for the first time in our nation's history, taxes to be withheld directly from paychecks. The hikes were originally intended to be temporary but have, of course, far outlasted their purpose. It would be unlikely that Americans would accept higher taxes today to fund a real war, let alone a pretend one.
That leaves savings, which was the War's primary source of funding. During the War, Americans purchased approximately $186 billion worth of war bonds, accounting for nearly three quarters of total federal spending from 1941-1945. Today, we don't have the savings to pay for our current spending, let alone any significant expansions. Even if we could convince the Chinese to loan us a large chunk of the $20 trillion (on top of the $1 trillion we already owe them), how could we ever pay them back? 
If all of this seems absurd, that's because it is. War is a great way to destroy things, but it's a terrible way to grow an economy.
What is often overlooked is that war creates hardship, and not just for those who endure the violence. Yes, US production increased during the Second World War, but very little of that was of use to anyone but soldiers. Consumers can't use a bomber to take a family vacation.
The goal of an economy is to raise living standards. During the War, as productive output was diverted to the front, consumer goods were rationed back home and living standards fell. While it's easy to see the numerical results of wartime spending, it is much harder to see the civilian cutbacks that enabled it.  
The truth is that we cannot spend our way out of our current crisis, no matter how great a spectacle we create. Even if we spent on infrastructure rather than war, we would still have no means to fund it, and there would still be no guarantee that the economy would grow as a result.
What we need is more savings, more free enterprise, more production, and a return of American competitiveness in the global economy. Yes, we need Rosie the Riveter - but this time she has to work in the private sector making things that don't explode. To do this, we need less government spending, not more. 

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Inception



















Eu tenho um filtro de qualidade para avaliar filmes quando vou ao Cinema. Se saio da sala de cinema e venho com a banda sonora entranhada na cabeça e intrigado pelo argumento, é sinal de que o raio do filme foi mesmo bom. Inception, o novo filme de Christopher Nolan passou sem dúvida no meu filtro de qualidade, e passou com distinção. Inception é um filme sobre sonhos, e é acima de tudo uma [b]experiência[/b] memorável. Mais do que um thriller de espionagem industrial, Inception é um filme que conjuga uma grandiosidade estética que tira o melhor partido da revolução tecnológica de Hollywood, com um argumento brilhante que tem um lado escuro, uma história (ou melhor, duas histórias) de viagens aos recônditos da mente humana com a forma de um puzzle melancólico e emocional (sente-se sem dúvida o lado enigmático do fabuloso Memento) em que sonhos se confundem com a realidade. Inception é um dos grandes marcos cinematográficos dos últimos anos, e no final do filme só dá vontade de dizer: finalmente um filme cheio de efeitos especiais que sai de Hollywood conseguindo integrar dinâmicas visuais e narrativas sem cair na mediocridade dos dias que correm.

Overdose-The next financial crisis
















Em tempos de crise, as pessoas procuram por líderes políticos fortes e por soluções simples. Mas e se as soluções adoptadas forem semelhantes aos erros que causaram essa mesma crise?

Overdose: The next financial crisis é o novo filme do realizador sueco Martin Borgs e é a história da maior crise económica dos nossos tempos, a que aí vem. Em Overdose, Martin Borgs usa o livro Financial Fiasco do autor Johan Norberg como road map, avisando que a maior crise financeira dos nossos tempos não foi a crise financeira de 2008, mas a que aí vem. Neste filme que recomendo vivamente, Martin vai ao centro do que originou a crise financeira de 2008 que resultou na crise económica que ainda vivemos em 2010.

A história da crise começa em 2001 com os atentados terroristas de 11 de Setembro. O período escolhido para os atentados terroristas que atingiram os EUA no nervo do seu centro financeiro, as famosas Twin Towers, não terá sido ao acaso, pois coincidiu com a crise da bolha da internet, mais conhecida como a bolha das dot.com. Num período em que os EUA começavam a entrar numa recessão, o país ficou sob o ataque de terroristas ficando financeiramente e económicamente ainda mais vulnerável. Como tal, para contrariar este ambiente recessivo a fórmula encontrada pela Reserva Federal Americana (FED) , na altura sob a alçada de Alan Greenspan passou por se baixar as taxas de juro de 6.5% para 1.75%. No entanto, uma medida que normalmente os Bancos Centrais costumam usar para ajustes temporários acabou por ser prolongada. Em 2003 o FED baixou as taxas de juro para 1% e desde esse dia até aos dias de hoje com Ben Bernanke no FED só temos visto as taxas de juro baixarem. Contra os avisos de gente credível como Gerald Celente ou Peter Schiff (ambos com entrevistas neste filme) os Estados Unidos da América viveram um periodo de festa em que os bancos e as Instituições financeiras se encontraram completamente embriagadas naquilo a que Peter Schiff neste filme chamada de FED Alcohol. Quando se baixa taxas de juro durante demasiado tempo o resultado é sempre o mesmo, as pessoas tendem a fazer coisas de que se arrependerão mais tarde. É como organizar uma festa com bar aberto e prolongá-la por mais tempo do que se devia. Este ambiente de bebedeira levou a que especialmente bancos e Instituições financeiras tivessem tomado riscos que normalmente não tomariam, pois sabiam que se a coisa corresse bem seria uma oportunidade única para acumularem lucros enormes, e se a coisa corresse mal sabiam que a Reserva Federal do senhor Greenspan lhes haveria de salvar.

Vivíamos num Mundo cheio de incertezas. Com Bush a governar os EUA e com o país sob ataque nada parecia mais seguro do que investir numa casa, afinal esse é o famoso American Dream. Este foi o momento em que as coisas começaram mesmo a entrar por caminhos ainda mais sinistros. Neste ambiente de taxas de juro baixíssimas, a Reserva Federal na prática criou uma bolha imobiliária para evitar que a bolha das dot.com explodisse e afectasse o país ainda mais. Bush, e o Congresso americano (tanto do lado dos democratas como dos republicanos) incentivaram que o American Dream pudesse ser uma realidade para cada vez mais americanos. Como tal, muitos americanos começaram a comprar casas e mais casas, e cada vez maiores. Afinal o mercado imobiliário crescia a 10% ao ano e toda a gente dizia que era um excelente investimento. Pior ainda, muitos americanos passaram a hipotecar a 2a casa para financiar o consumo. Estes eram os tempos do crédito fácil, os tempos dos NINA loans (No income, no Assets). Mesmo sem rendimentos suficientes, nem activos que pudessem ser dados como garantia, muitos americanos tiveram acesso ao crédito fácil. Pior, os políticos encorajaram isto, tudo em nome do American Dream. Quando leio hoje tanta gente por Portugal e pela Europa a dizer esse disparate de que foi o neoliberalismo que levou a esta crise só me ocorre responder logo: Freddie Mac e Fannie Mae. Muita gente parece não saber o que vou contar a seguir, ou pelo menos fingem que não sabem. Estas duas Instituições, que foram dos maiores culpados da crise do subprime, não foram o resultado de políticas liberais ou neo-liberais.Estes dois monstros foram criadas pelo Congresso americano, funcionando como Government Sponsored Enterprises. No fundo eram instituições privadas cujas transações eram garantidas pelo Estado Americano, tendo como objectivo garantir empréstimos a americanos que não tivessem capacidade financeira e que não conseguissem financiamento junto dos canais normais no mercado. Portanto, políticas socialistas puras e duras com o Estado a subsidiar a compra de casas ao desbarato sem critério e não própriamente as tais políticas neo-liberais de que tanta gente se queixa. Este filme dá um bom retrato de como o Freddie Mac e Fannie Mae foram criados e de como funcionavam.

(mais sobre Overdose-The next financial crisis brevemente)