terça-feira, 9 de março de 2010

E pronto: impostos sobem mesmo


Em Novembro escrevi neste blog:

No curto prazo (provavelmente mais cedo do que muita gente imagina) não vai haver outra hipótese, os impostos vão ter que ser aumentados porque o dinheiro não cai do céu, mas isso nenhum político português parece querer admitir... 
Parece que se confirma. O dia chegou.Os impostos vão mesmo aumentar em Portugal. Recomendo vivamente a leitura de mais um excelente editorial do Martim Avillez Figueiredo no i:
por Martim Avillez Figueiredo, Publicado em 09 de Março de 2010  
Desde o Verão que se escreve aqui - os impostos vão subir. O governo jurou que não. Agora as contas revelam que serão os de sempre a pagar a factura
i não se cansou de dizer: os impostos vão aumentar. Disse-o não por birra, mas porque estava à vista e a história o confirmava: sempre que o défice cresceu, Portugal tapou o buraco com o aumento dos impostos. Problema: o governo jurou que não iria acontecer. Mas vai. Para pensionistas e classe média, sobretudo. O resto, como ouvir o ministro insinuar que vai pôr os ricos a pagarem a crise (nova taxa de IRS para quem ganha mais de 150 mil euros por ano) é folclore. Vamos aos números.
Um: Nenhuma variável das finanças do Estado cresceu tanto desde 1985 como os impostos, que aumentaram mais depressa que a própria despesa pública. A preços correntes acumulados, enquanto a despesa subia 803%, os impostos cresciam 964%. São números incríveis. Por pessoa, cada contribuinte gastou anualmente em impostos mais 48% que no ano anterior nestes últimos 23 anos.
Dois: Quando o governo insinua que os mais ricos (os que têm rendimentos superiores a 150 mil euros) terão de ajudar a pagar a crise, não explica que existem cerca de 1% de portugueses com declarações de IRS assim. Grosso modo, é gente que ganha mais de 5 mil euros líquidos por mês. É bom dinheiro, sim: o salário médio em Portugal não chega a 900 euros/mês. Sucede que estes ricaços, gente séria que entrega (mesmo) a sua declaração de IRS, são pouco mais de 37 mil famílias, qualquer coisa como 100 mil pessoas entre pais, mães e filhos. Em 2005 já suportavam 18% da receita fiscal: em média, quase 30 mil euros de impostos pagos por ano - 2300 euros de riqueza redistribuída todos os meses. Isto para dizer que não são propriamente pessoas que fujam às responsabilidades sociais para merecerem que o ministro diga que devem pagar mais.
Três: Quem financia o Estado, portanto, é a célebre classe média. As famílias que ganham entre 40 e 100 mil euros/ano suportam quase 50% da receita fiscal. Ora é aí que este novo plano do governo vai novamente carregar, com todos aqueles que ganham mais de 60 mil euros ano a terem de pagar mais 700 euros de impostos por ano (segundo as contas ainda incipientes deste PEC). Não é gente rica: são famílias com rendimentos mensais brutos de pouco mais de 5 mil euros. Parece uma fortuna, mas subtraiam-se 600 euros de casa (juro baixo) e uns 170 euros de água, TV e electricidade. Escolas privadas, outros 700 euros por duas crianças, o que somado a 300 euros por um carro chega a 1770 euros mensais. Se os gastos de supermercado ficarem nos 500 euros, todas estas despesas valem 2270 euros/mês. O salário líquido da família é pouco mais de 3 mil euros/mês. Não sofrem tanto como os cerca de 2 milhões de portugueses que sobrevivem com 4 mil euros/ano. Mas também não merecem pagar mais impostos. No caso, reduzir quase 7% o seu rendimento anual.
Quatro: Este plano pode até satisfazer Bruxelas, ainda que pouco faça do lado da redução da despesa. O que não satisfaz é o país. É verdade: o i disse que os impostos subiriam porque sabia que outra solução era missão impossível. Grave, portanto, é o governo fingir que não. É pior ser enganado do que pagar mais impostos.



Fonte: i

domingo, 7 de março de 2010

Thinking out of the box






Terramotos e instituições


por Ricardo Reis, Publicado em 06 de Março de 2010   
O número de vítimas de grandes catástrofes naturais está sempre associado ao grau de desenvolvimento económico e social dos países


A 12 de Janeiro, o Haiti sofreu um terramoto de magnitude 7,0, seguido de 52 réplicas de magnitude acima de 4,5 nas duas semanas seguintes. A 27 de Fevereiro, o Chile sofreu um terramoto de magnitude 8,8, seguido de 120 réplicas só na última semana. O sismo no Haiti destruiu cerca de 280 mil edifícios; o sismo no Chile danificou cerca de 300 mil. Olhando para estes números, tente adivinhar: qual dos dois países teve maior número de vítimas?
No Chile, a contagem oficial ia ontem em 279 mortos. No Haiti já morreram mais de 200 mil pessoas. Uma parte desta diferença abissal pode porventura ser explicada pela diferente geografia e densidade populacional dos dois países. Mas grande parte deve-se sem dúvida às diferenças no sistema económico e político dos dois países.

O Chile é o país mais rico da América do Sul, enquanto o Haiti é dos países mais pobres do mundo. O PIB per capita chileno é cerca de dez vezes maior que o do Haiti, e o haitiano médio tem menos esperança de vida, piores hospitais e casas menos seguras que o chileno médio. Embora os homens não sejam responsáveis pelos sismos, a capacidade de atenuar os estragos a auxiliar os feridos é bem diferente nos dois países.
Esta diferença nem sempre foi tão grande. Há algumas décadas o Chile era um país muito pobre. Quando há pouco mais de 30 anos o Chile abraçou o capitalismo e a economia de mercado, eram as teorias marxistas que estavam na moda. Enquanto o Chile lentamente e passo a passo estabeleceu um sistema político estável, democrático e liberal, os outros países da América Latina faziam experiências comunistas e criavam estados omnipresentes na actividade económica comandados por governos que só duravam alguns meses. Embora o Chile ainda esteja longe do nível de riqueza português ou da maturidade da nossa democracia, a resposta das suas instituições à crise tem sido bem organizada e eficaz.
O Haiti, em contrapartida, tem uma história recente de instabilidade política, golpes de estado e instituições em descrédito. Tiveram de ser as agências internacionais a tomar conta da resposta ao terramoto e não existe capacidade local para dar o mínimo apoio na identificação do território. Numa entrevista recente, um responsável pela ajuda humanitária observava que era mais difícil dar ajuda no Haiti que no Iraque.
Portugal atravessa uma crise económica em simultâneo com um crescente descrédito dos órgãos judiciais e políticos. Os radicais à direita já começam a pedir uma mão forte para pôr a casa em ordem, enquanto da extrema-esquerda vêm exigências assustadoras de nacionalizações e mais Estado. É este o nosso terramoto; esperemos que as nossas instituições estejam à altura.

Professor de Economia, Universidade de Columbia

sexta-feira, 5 de março de 2010

Great advertising campaigns


Campanha de publicidade "Old Spice - The Man Your Man Could Smell Like" criada pela sempre genialmente criativa agência de publicidade Wieden + Kennedy

O Homem não controla o clima, estúpido!

O fim do aquecimento global
por Art Horn [*]



Five-Year Average Global Temperature Anomalies from 1880 to 2006. By: NASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization
O conto (story) do aquecimento global feito pelo homem está acabado. Na realidade ele nunca existiu excepto nas cabeças e nos corações de cientistas e académicos à procura de subvenções, de redes de televisão obcecadas com classificações e dos seus mal informados espectadores, bem como de eco-activistas oportunistas.

Dito isto, a alteração climática é real. A terra tem estado a sair de uma era fria de 450 anos conhecida como a "Pequena idade do gelo" a partir do fim dos anos 1600. Centenas de estudos verificaram a existência deste período frio. O Intergovernamental Panel on Climate Change das Nações Unidas tentou apagar a história climática dos últimos 1000 anos no seu relatório de 2001. Eles substituíram todos os estudos revistos por pares
(peer-reviewed) do passado climático por outros que se ajustavam às suas necessidades. O agora desacreditado gráfico do "bastão de hóquei" ("hockey stick") não mostrava virtualmente qualquer mudança significativa na temperatura do mundo ao longo dos últimos 1000 anos. Convenientemente, o gráfico mostrava então um rápido e abrupto aumento na temperatura global durante os últimos 100 anos. Isto, naturalmente, devido ao nosso pecado de queimar combustíveis fósseis e alimentar as chamas do aquecimento global.

A única evidência de que a actividade humana está a provocar aquecimento global provém de modelos de computador. Estes modelos tomam o que as pessoas que os desenvolvem sabem acerca de como funciona o sistema climático da terra e tentam prever o futuro. Modelos de computador não são evidência. Modelos de computador podem ser alterados pelo seu criador. De facto, o criador do modelo pode fazer com que o mesmo diga que ele criador quiser através do ajuste de parâmetros. Isto não é prova.

Em 2007, um estudo mostrou os defeitos das previsões modeladas em computador. Os modelos mostravam que existia uma "marca" de aquecimento global no ar. Esta marca era um aquecimento dramático da atmosfera, não sobre o solo, mas 20 mil a 50 mil pés [6 mil a 15 mil metros] no ar acima dos trópicos. O estudo de 2007 revelou que observações de temperatura no mundo real efectuadas por balões meteorológicos ao longo de um período de 50 anos não mostravam qualquer marca de aquecimento global, nenhuma. Os modelos de computador haviam super-estimado grosseiramente o aquecimento sobre os trópicos. As observações do mundo real são mais importantes do que os modelos de computador. Apesar desta revelação, os alarmistas do clima continuaram a trombetear a chegada do juízo final se não mudássemos os nossos comportamentos pecaminosos. Fazer ao contrário ameaçaria subvenções do governo a faculdades, universidades, unidades de investigação e agências governamentais. Grandes corporações estão a desenvolver tecnologias amistosas para substituir combustíveis fósseis e casas de corretagem estão à procura de dinheiro em grande escala nos mercados em desenvolvimento de comercialização de carbono. As Nações Unidas procuram utilizar tratados climáticos para lutar pelo controle de emissões de carbono dos países independentes. Isto elevará a ONU e os seus líderes ao papel de dominador efectivo do consumo mundial de energia como autoridade única.

A teoria do gás com efeito estufa / aquecimento global declara que quanto mais dióxido de carbono for disseminado no ar, mais diminuirá a capacidade da atmosfera para descarregar o excesso de calor no espaço. Esta é a lenga-lenga do alarmismo do aquecimento global. Mais dióxido de carbono significa mais calor a obstruir o sistema climático e a terra fica cada vez mais quente. A partir disto temos ficcionado todos os vários desastres climáticos em filmes, concertos, anúncios e burlas, com os seus variados benfeitores e vítimas políticos e económicos.

Em 2009 o Dr. Richard Lindzen e Yong-Sang Choi, do MIT, elaboraram um novo estudo que utiliza dados de temperatura provenientes de satélites. Como antecedente, começamos com as previsões. Os modelos climáticos dizem que como os oceanos aqueceram-se em um grau Celsius das décadas de 1980 para a de 1990, a quantidade de calor a escapar para o espaço diminuiria. Mais calor seria aprisionado na atmosfera, devido em última análise à queima de combustíveis fósseis. O aquecimento dos oceanos foi natural e parte das grandes mudanças de temperatura de múltiplas décadas que são conhecidos há anos. Agora, se tivermos um meio de medir a quantidade de calor a sair para o espaço, então poderíamos obter algumas respostas. Nós o fizemos, chama-se Earth Radiation Budget Experiment Satellite (ERBE). Esteve em órbita acima da terra a medir a saída de radiação de ondas longas (calor) durante 16 anos, desde meados da década de 1980 até o fim da de 1990. Isto é muito significativo. Agora tínhamos uma ferramenta, e dados do mundo real, que podíamos comparar com as previsões do modelo de computador. Isto é o árbitro supremo do sistema climático.

Os resultados do estudo de Lindzen e Choi foram impressionantes. Os modelos de computador, todos os 11 deles, previam que quando oceanos e atmosfera aqueciam, a quantidade de calor a escapar para o espaço deveria diminuir em 3 watts por metro quadrado. Se isto fosse verdade, então a teoria do aquecimento global antropogénico teria uma base forte. Mas os dados de satélite utilizados por Lindzen e Choi infligiram um golpe esmagador nesta suposição. Quando os oceanos e a atmosfera aqueceram, as mensurações mostravam que a quantidade de calor a escapara para o espaço aumentou em 4 watts por metro quadrado desde meados da década de 1980 até ao fim da de 1990. Todos os modelos de computador estavam errados. Se a atmosfera não está a aprisionar calor gerado pelo aquecimento dos oceanos então não está a verificar-se aquecimento global de origem antropogénica.

A atmosfera compensava o calor adicional abrindo a janela um pouco mais. A teoria do aquecimento global jaz agonizante sobre a lona ensanguentada. Os alarmistas tentarão ressuscitar a carcaça com gritos ainda mais altos de cataclismo iminente e apelos ao arrependimento. Mas este berreiro cairá em ouvidos moucos. A ciência em última análise determinará quem é o vencedor e o mundo enterrará o aquecimento global na sua devida sepultura de gelo.
03/Dezembro/2009
[*] Meteorologista. Trabalhou para a CBS, NBC e ABC.

O original encontra-se aqui

Fonte: Resistir

Grandes frases

A brand is more than a word. It is a beginning of a lifetime dialogue









Martin Lindstrom, Branding Guru

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