quarta-feira, 10 de março de 2010

Paulo, o ranger do PSD

por José de Pina, Publicado em 10 de Março de 2010


PAULO RANGEL assusta-me. Não por ele ser o Pacheco Pereira sem barba, mas porque não posso confiar em alguém que, quando tinha dez anos, não sabia o nome de nenhum jogador de futebol, mas sabia os nomes de todos os ministros dos governos. Ainda por cima portuense, no tempo em que o FC Porto foi campeão com o Oliveira e o Gomes. Assusta- -me. Rangel, de certeza, era daqueles putos que nem sequer iam à baliza. Já Aguiar- Branco tem ar de ter sido um frangueiro e Passos Coelho do que levava a bola para casa se não o deixassem jogar a avançado. Rangel quer que a agricultura seja a prioridade estratégica da defesa nacional: toda a gente de sachola. Estas ideias só podem vir de alguém que está viciado no FarmVille do Facebook. Assusta-me. Rangel vem agora dizer que não quer consultores de imagem: "Vou ser eu próprio", disse. Esta frase, ridícula e paradoxal, tornou-se popular por ter sido muito utilizada pelos concorrentes do "Big Brother". Assusta-me. Será que quando Rangel desmentiu que seria candidato a líder do PSD não estava a ser ele próprio e agora, como candidato, sim, está a ser ele próprio? Uma coisa é de louvar: está a pôr em prática o seu slogan, entrou em ruptura com ele próprio. Isto de sermos nós próprios não é fácil. Por exemplo, Passos Coelho, durante os debates, actualiza o seu Twitter ppc2010. Afinal qual é o Passos Coelho ele próprio, o que está na TV ou o que está no Twitter? Já o problema de Aguiar-Branco não é ser, ou não, ele próprio; é as pessoas saberem quem ele é. O PSD assusta-me, o PPD nem por isso.

Argumentista/humorista



Fonte:i 

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